Decidi
conhecer Reggio Emilia em busca de respostas as minhas inquietações que
surgiram diante de leituras e cursos que participei em São Paulo.
Pela
primeira vez estive na Europa e sem falar outros idiomas me entreguei a cidade:
conheci pessoas, observei, fotografei, visitei exposições, saboreei a
culinária, passeei por feiras, comprei lembranças e de certa forma me apropriei
um pouco do espaço, foi uma maneira de explorar e entender o contexto onde essa
abordagem foi criada.
Uma
semana cheia: conhecer escolas, participar de palestras, assistir experiências,
tirar dúvidas, fazer novas amizades, rever pessoas e conhecer educadores de
toda América Latina!
Nesse
seminário foi nítido o compromisso das educadoras e de todas as pessoas que
trabalham nas escolas de educação infantil. As escolas criam um ambiente
investigativo, ativo, inovador, habitado, documentado, cheio de provocações para
as invenções dos pequenos. Um ambiente de paz, tranquilidade e harmonia. As
crianças realizam atividades todos os dias engajadas nas suas descobertas, no
que interessou-lhes. Elas tem seu tempo, seu espaço, nada de fazer as coisas
correndo. A ideia das cem linguagem ficaram evidentes no trabalho apresentado e
visitado.
Dentre
muitos aspectos, comento dois que chamaram minha atenção. O primeiro foi o diálogo
das crianças com a cidade, elas participam ativamente das decisões, a presença
delas é fundamental e não há um espaço determinado para adultos e outro para
crianças.
O
segundo foi que na escola se encontra uma diversidade incrível de materiais
naturais, reutilizáveis, da vida diária e não uma loja de brinquedos. E nesse
sentido o REMIDA – Centro de reciclagem criativa tem o papel essencial de
fornecer as escolas estes materiais que servem como recurso educativo. Materiais
alternativos, industriais e reciclados (diferente de sucata) que são doados por
diversas empresas. Os educadores veem esses materiais como intelectuais e
didáticos não como descarte.
Muitos
aspectos me mobilizaram a refletir sobre minha prática pedagógica e avaliar meu
trabalho. Minha cabeça borbulhou de tanta informação e ao mesmo tempo de ideias
e ressignificações.
Enfim
a viagem foi enriquecedora. Respondeu algumas perguntas e voltei com tantas
outras. Experiência indispensável para quem estuda ou tem interesse pela
abordagem!
Marcela
Chanan
Professora
do período integral na Escola Nossa Senhora das Graças – Gracinha
Participante
do Grupo de Estudos da América Latina em 2013
*Relato sobre viagem para Reggio Emilia