SÃO PAULO, 05 DE MAIO DE 2014
Chegar
ao Colégio Marista para um curso e visualizar seu prédio imponente, ancestral e
reduto de tradição de ensino na Vila Mariana para muitas famílias, trouxe a
tona a questão do ensino tradicional neste espaço. Porém, ao longo da manhã
pude quebrar este paradigma em relação a essa opinião.
A
sala de aula foi sendo constituída por profissionais de educação infantil, dos
mais diferentes segmentos (privado, público, associações...), para discutir
sobre concepção de CRIANÇA / ENSINO / EDUCAÇÃO / MUNDO. Pessoas tão diferentes,
de realidades distantes, mas com um único foco: DAR VISIBILIDADE AO POTENCIAL
DA CRIANÇA, O OLHAR, A ESCUTA E A CULTURA DE INFÂNCIA.
Deixo
aqui uma provocação para inaugurar este relato e que caracteriza a construção
do grupo nos Encontros Mensais Polo São Paulo como contribuição para aflorar
novas ideias:
“(a)
perfeita congenialidade (...) une autores vizinhos ou distantes no espaço e no
tempo, e congenialidade significa pessoalidade, isto é, similaridade de pessoas
que conseguem assemelhar-se sem nada sacrificarem da própria independência e da
própria personalidade, mas antes afirmando a própria independência e
encontrando a própria personalidade, precisamente naquele estado de semelhança
e naquele esforço de assimilação” (Pareyson, 1984, p.104).
Iniciamos nosso encontro com a sala de
aula quase completa, todavia, as professoras do Colégio Marista fizeram uma
apresentação sobre a organização do espaço na educação infantil que surpreendeu
a muitos presentes, pois rompeu com o tabu de uma instituição com cunho
tradicional para crianças pequenas, pelo contrário, este movimento de mudança
iniciou acerca de 14 anos, apenas há alguns anos a equipe docente vem colhendo
frutos. Tudo teve inicio a partir de um questionamento: POR QUE AS SALAS DE
AULA TEM QUE SER IGUAIS?
Essa questão pode ser visualizada nos
slides apresentados, em como a equipe docente teceu os fortes empecilhos
vigentes para a concretização da mudança de espaço, que aconteceu.
O mesmo foi possível verificar na
apresentação da EMEB em Jundiaí tantas mudanças, a alegria das crianças ao
serem convidadas para novos repertórios no espaço. E o desafio da coordenação
em realizar essa transição e afetar os profissionais para tal mudança, o que
ficou bem claro neste encontro o quanto a mudança de valores, concepção e tão
enrijecido na questão humana, essa ruptura é difícil... Mas não impossível.
Finalizei o encontro ciente de que estou
na profissão certa, que muitas educadoras estão no mesmo movimento que o meu e
acima de tudo, podemos fazer a diferença, mesmo que leve muito tempo. Mas a
frase que permanece é a seguinte:
Qual a sua concepção de infância?