sexta-feira, 9 de maio de 2014

Relato - Encontro Mensal do Polo São Paulo - 26/04



SÃO PAULO, 05 DE MAIO DE 2014

Chegar ao Colégio Marista para um curso e visualizar seu prédio imponente, ancestral e reduto de tradição de ensino na Vila Mariana para muitas famílias, trouxe a tona a questão do ensino tradicional neste espaço. Porém, ao longo da manhã pude quebrar este paradigma em relação a essa opinião.
A sala de aula foi sendo constituída por profissionais de educação infantil, dos mais diferentes segmentos (privado, público, associações...), para discutir sobre concepção de CRIANÇA / ENSINO / EDUCAÇÃO / MUNDO. Pessoas tão diferentes, de realidades distantes, mas com um único foco: DAR VISIBILIDADE AO POTENCIAL DA CRIANÇA, O OLHAR, A ESCUTA E A CULTURA DE INFÂNCIA.
Deixo aqui uma provocação para inaugurar este relato e que caracteriza a construção do grupo nos Encontros Mensais Polo São Paulo como contribuição para aflorar novas ideias:
“(a) perfeita congenialidade (...) une autores vizinhos ou distantes no espaço e no tempo, e congenialidade significa pessoalidade, isto é, similaridade de pessoas que conseguem assemelhar-se sem nada sacrificarem da própria independência e da própria personalidade, mas antes afirmando a própria independência e encontrando a própria personalidade, precisamente naquele estado de semelhança e naquele esforço de assimilação” (Pareyson, 1984, p.104).
Iniciamos nosso encontro com a sala de aula quase completa, todavia, as professoras do Colégio Marista fizeram uma apresentação sobre a organização do espaço na educação infantil que surpreendeu a muitos presentes, pois rompeu com o tabu de uma instituição com cunho tradicional para crianças pequenas, pelo contrário, este movimento de mudança iniciou acerca de 14 anos, apenas há alguns anos a equipe docente vem colhendo frutos. Tudo teve inicio a partir de um questionamento: POR QUE AS SALAS DE AULA TEM QUE SER IGUAIS?
Essa questão pode ser visualizada nos slides apresentados, em como a equipe docente teceu os fortes empecilhos vigentes para a concretização da mudança de espaço, que aconteceu. 
O mesmo foi possível verificar na apresentação da EMEB em Jundiaí tantas mudanças, a alegria das crianças ao serem convidadas para novos repertórios no espaço. E o desafio da coordenação em realizar essa transição e afetar os profissionais para tal mudança, o que ficou bem claro neste encontro o quanto a mudança de valores, concepção e tão enrijecido na questão humana, essa ruptura é difícil... Mas não impossível. 
Finalizei o encontro ciente de que estou na profissão certa, que muitas educadoras estão no mesmo movimento que o meu e acima de tudo, podemos fazer a diferença, mesmo que leve muito tempo. Mas a frase que permanece é a seguinte:
Qual a sua concepção de infância?

POR VANESSA MARIANO ANTÔNIO